Ava (2020) | Crítica - Resenhando Sonhos

Temos visto uma crescendo onda de thrillers com protagonistas mulheres. Já tivemos boas histórias com elas dominando as telas como, Lucy (2014) e é sempre uma grande alegria vendo isso sendo muito bem retratado nas telas.

Ava foi uma aposta da Netflix no ano de 2020 que conta com Tate Taylor como diretor (o mesmo de Histórias Cruzadas) e com o roteiro de Metthew Newton (roteirista de Quem Somos Agora e Face a Face).

Em Ava acompanhamos a história da protagonista Ava, interpretada por Jessica Chastain (IT: Parte II), mulher pertencente a uma organização secreta responsável por eliminar alvos (isso mesmo, temos aqui a história de uma assassina). Mas infelizmente uma missão da errado e agora a nossa protagonista tem que lutar pela sua vida e no percurso também enfrentar alguns problemas pessoais, assim como as resoluções.

O filme na teoria possuía uma boa fórmula, um elenco até que muito bom, a começar pela protagonista, mas também contamos com John Malkocivh (RED e Bird Box), Colin Farrel (The Batman e Animais Fantásticos) e Geena Davis (Grey’s Anatomy e Stuart Little), assim como um roteiro merecedor de Oscar, mas infelizmente não foi muito isso que aconteceu.

A história não é de todo ruim, assim como também as atuações não são, mas também não se destacam em nada e acaba sendo somente mais do mesmo. Um grande potencial desperdiçado na minha opinião.

Temos na história a famosa jornada do herói. Como toda jornada o herói (ou heroína no nosso caso) possui um mentor, que seria um “guia” para a moral e as missões. Em Ava, Malkovich interpreta o mentor Duke, que em teoria seria a imagem paterna de Ava, mas que na prática acaba sendo só uma relação forçada. Não há uma cena emocionante ou verdadeira o suficiente para nos convencer que eles ao menos se gostam como pai e filha e a relação fica em torno de um discurso fraco e cenas mal feitas.

Já Farrell, que na história é o vilão Simon, é jogado no filme só para ser mal. Não existe motivação ou ligação com a protagonista, a não ser o fato de que ele desgosta dela como pessoa. Assim, qualquer resolução que apresenta não contém nenhuma emoção e só é para “encher o tempo” e ter uma história.

A explicação de como Ava vai parar na organização é rasa e superficial, assim como todas as relações com os demais personagens da história. A única coisa que por vezes fica clara (óbvio na medida do possível nesse filme) é as suas relações do núcleo familiar, pois temos uma mescla de passado e presente através do ponto de vista de Ava com sua irmã (Jess Weixler), cunhado (Common) e mãe (Geena Davis).

Eu me decepcionei demais com esse filme. O trailer basicamente entrega as únicas partes boas do filme (o que foi o motivador de eu ter assistido o filme), e o que tinha tudo para ser uma experiência empolgante acaba só sendo um compilado de cenas filmadas muito mecanicamente que não despertam absolutamente nada.

Temos a história de uma assassina, alcoólatra, com problemas familiares, que depois de anos prestando serviços para uma organização é caçada por um homem que tem medo dela, e é só isso. Tudo é muito conveniente, os personagens são mais do mesmo e estão por ali para auxiliar o expectador a enxergar a tentativa de redenção, que não acontece.

E se tratando de não enxergar, caminhando para os momentos finais do filme percebemos que na verdade, não vai ter final nenhum. Esse filme consegue rodar, rodar e rodar e ainda deixar muitas questões abertas no final. Afinal tudo o que Ava passou foi para qual objetivo? Se você descobrir, por favor me conte.

Esse é um filme onde tentaram subestimar a inteligência de quem vê, mas com um bom elenco e boas atuações que no final só acaba sendo isso mesmo. Ava, é um thriller genérico que não vai acrescentar e nem mudar nada, assista por conta em risco, mas se assistir vem contar pra mim o que você achou, se entendeu, eu vou com toda certeza querer saber.