Leve-me com você é uma obra da autora norte americana Catherine Ryan Hyde, publicado em 2018 pelo selo Darklove da editora Darkside.

SOBRE O LIVRO

August Schroeder é ex alcoólatra e  professor de ciências do ensino médio. Divorciado e sem nada que o prenda em casa, em suas férias de verão ele sempre embarca em seu Motor Home e segue viagem conhecendo as maravilhas dos Estados Unidos. Mas dessa vez sua aventura tem um objetivo diferente. Há dois anos ele e seu filho Philip combinaram de conhecer O Parque nacional de Yellowstone neste verão. O que seria a melhor viagem de suas vidas se Philip não tivesse morrido em um acidente de carro enquanto sua mãe dirigia. Sendo assim, August tem como novo propósito espalhar parte das cinzas de seu filho por Yellowstone, o lugar que conheceriam juntos.

No meio do caminho um imprevisto acontece. O trailler de August quebra e ele tem que chamar um guincho. Mas August está desesperado, sabe que a manutenção do trailer vai sair caro, sendo assim, sua viagem para Yellowstone não será possível, pois todos os seus gastos estão contados até o fim da viagem, sem reserva para imprevistos. Obrigado a ficar parado alguns dias enquanto seu trailler não fica pronto, ele acaba conhecendo Seth e Henry através de seu cachorro Woody (que segue viagem com ele), os dois filhos do mecânico Wes. Seth é um menino de 12 anos totalmente adorável com seu jeito agitado e curioso, está sempre falando e querendo saber de tudo. Já Henry, de 8 anos escolheu simplesmente não falar com ninguém a não ser seu irmão. Dois meninos encantadores.

“Não tem, August. As pessoas lembram o que querem lembrar e esquecem o que querem esquecer. Se disse a ele uma coisa que considera importante e ele a esqueceu, é porque enganou você.”

Ao saber da vontade grande que August tem em fazer essa viagem, e o que ela significa para ele, Wes decide fazer uma proposta para August. Seus filhos não conhecem nada no mundo, e se depender dele jamais sairão de sua zona de conforto. Além do mais, Wes precisa cumprir pena por utilizar cheque sem fundo, durante 90 dias. Sendo assim, ele propõe à August não cobrar por seus serviços, desde que ele leve Seth e Henry junto com ele. Duas crianças que ele jura que não vão incomodar, e que ele gostaria muito que vissem um pouco do mundo.

Não é tão fácil tomar a decisão de levar dois garotos estranhos consigo em uma viagem. Mas por algum motivo August se sensibiliza com esses meninos, e ele necessita do dinheiro para poder realizar a viagem. Uma viagem que ele precisa fazer neste verão, pois prometeu ao filho que fariam. Ao pesar bem suas duas escolhas, ele concorda com a proposta de Wes. Seth e Henry vão com ele. E uma viagem que seria apenas por obrigação para August e para os meninos, será muito mais que isso.


SOBRE O LIVRO

Negligência familiar, luto, superação, alcoolismo e amizade são todos os temas que Leve-me Com Você vai trazer em uma história emocionante do começo ao fim. Em uma delicadeza de escrita, esse livro vai te fazer chorar, não só no final, mas durante todo o enredo. Catherine Ryan Hyde não economiza os famosos tapa na cara, mas da forma mais humilde possível, aquela que vem de uma criança. Ou no caso, duas crianças, pois Seth e Henry vão fazer muito isso com nós leitores, e August também não vai ficar de fora com sua bagagem gigante de experiências à compartilhar.

Engana-se, assim como eu, quem acredita na premissa deste livro, que promete apenas a história de um pai que está passando pelo Luto ao filho, quando o enredo entrega muito mais que isso. August é ex alcoólatra, e nunca deixou de ir a uma reunião do AA. Ele gosta de lembrar que bebia enquanto seu filho morreu em um acidente provocado por um bêbado. E mesmo que não tenhamos certeza  do quanto August bebia, e se realmente essa quantidade fazia dele um alcoólatra, ele deixa claro que não é a quantidade ingerida que faz de você um alcoólatra mas sim se você se sente assim, e que só vai melhorar se quiser ajuda. O que é muito interessante Catherine Ryan Hyde nos fazer enxergar dessa maneira. Que não importa o quanto você beba, mas se você parar para pensar se isso é alcolismo, então é porque é sim.

E enquanto August sabe de seu antigo vício e está em tratamento para a vida inteira, Wes, pai dos meninos não admite nem para eles e nem para si mesmo, que sua ingestão de álcool todos os dias, saindo para beber enquanto as crianças ficam sozinhas em casa, é sim alcoolismo e necessita de tratamento. Talvez isso, juntamente com o sentimento de abandono que as crianças tem em relação a mãe que não conhecem e ao pai que coloca sempre a bebida em primeiro lugar, tenham aproximado Seth e Henry de August, criando entre eles um vinculo surreal de amor e amizade entre estranhos.

Nossos três protagonistas são adoráveis, e é completamente impossível escolher o preferido. Seth é um menino de 12 anos que não tem limites quando se trata de falar. Por ser muito curioso, ele fala pelos cotovelos e quer saber tudo o que seu cérebro é capaz de armazenar, e conhecer tudo o que for possível. Totalmente o oposto de Henry, que aos 8 anos decidiu falar apenas com as pessoas que confia, ou seja, seu irmão. E mesmo com essa característica, é muito carinhoso e tem atitudes pra lá de reconfortantes. E August mesmo não sendo criança, é um homem que encanta pelo simples fato de acolher duas crianças em uma viagem muito importante na sua vida, simplesmente por ser um homem bom. Ele vai nos trazer muito aprendizado sobre lidar com a perda, com o vício, mas o que ele mais me ensinou foi ter o sentimento de “estar e apreciar” o momento.

Não há maneira de falar dessa linda história e deixar nosso cachorro, Woody, de fora dela. Com toda certeza, Woody é o animal mais inteligente e fofo que já tive o prazer de conhecer nas minhas leituras. Seu dono é o August, mas ele não demora em reconhecer a bondade de Seth e Henry. A todo instante Woody se mostra um cachorro esperto em suas habilidades de fazer diversos truques. Mas é em determinado momento da história que ele ganha nosso coração. E acredito que esta cena em especial não precisaria fazer parte da história, mas ela esteve lá para nos mostrar o quanto um bichinho de estimação pode ser especial. E foi aí que Woody se tornou o melhor cachorro dos livros.

“Nem sempre. Todo mundo anda por aí perdendo as melhores coisas por não querer que nada de ruim aconteça. Mas, quando uma coisa ruim tem que acontecer, simplesmente acontece. De qualquer jeito. Por mais que você tome cuidado.”

Esta é uma daquelas histórias para deixar nosso coração aquecido, e eu amei lê-la e poder compartilhar minha experiência com mais de 100 pessoas em uma leitura coletiva, onde todos amaram a narrativa e o enredo de Leve-me Com Você. Sendo assim, acho praticamente impossível alguém não apreciar esse livro que transborda emoções, e uma vontade absurda de comprar um Motor Home e sair em busca de todos os lugares maravilhosos que a história nos apresenta, ou simplesmente viajar, estar e apreciar o momento. Além do mais, ele está em uma edição incrível da nossa querida Darkside.

LEVE-ME COM VOCÊ

Autor: Catherine Ryan Hyde

Tradução: Débora Isidoro

Editora: Darkside

Ano de publicação: 2018

August Shroeder é um professor de ciências desacreditado e um alcoólatra em recuperação. Todos os anos, seu destino nas férias de verão é o mesmo: a estrada. Em seu trailer, ele percorre quilômetros e mais quilômetros nas rodovias para visitar os belíssimos parques e reservas naturais. Seu plano era visitar o Parque Nacional Yellowstone com seu filho, Phillip, mas agora não há ninguém no banco do passageiro — apenas um punhado de cinzas guardado no porta-luvas, em uma garrafa de chá carregada de significado. Quando o trailer quebra, August busca conserto na oficina mais próxima. Mas, além do motor home pronto para seguir viagem, ele sai de lá com dois garotos a tiracolo — seus novos companheiros nessa road trip — e a chance de repaginar uma viagem que tinha tudo para ser melancólica e permeada por lembranças doloridas. É com a sensibilidade e o encanto que se tornou marca registrada dos livros da linha DarkLove que Catherine Ryan Hyde fala sobre honestidade, luto, perdas, conquistas e transformações, desatando nós nos corações dos leitores e curando feridas que ninguém imaginava ter. Com sua voz poderosa, que já emocionou milhares de leitores pelo mundo, traz à tona uma discussão sobre a imprevisibilidade da vida e como família nem sempre significa dividir o mesmo sangue.

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