Seguindo a continuação da séria Crônicas Saxônicas, este sexto volume tem edição pela Record.

Sobre o Livro

A Britânia ainda está dividida mas a vontade do rei Alfredo de uni-la e formar a desejada Inglaterra ainda é presente. Porém, o mais temido momento parece estar se aproximando: rei Alfredo está muito doente, a um passo do seu leito de morte. E com isso o seu herdeiro, Eduardo, deverá estar preparado para assumir a qualquer momento.

A questão é que Eduardo não é popular. E somado a isso os inimigos de Wessex querem aproveitar a oportunidade e desestabilizar o que Alfredo ao lado de Uhtred construiram juntos. O problema não para por ai: há interesseiros no posto de Alfredo e estes estão dispostos a fazer de tudo. Mas todos parecem aguardar o suspiro final do rei Alfredo.

“[…] Todo dia é um dia comum, pensei, até que fica interessante.”

Uhtred, que pouco gosta do rei mas o admira-o por sua habilidade como bom líder, se vê encruzilhado neste caminho e com o dever de honrar suas palavras. É claro que ele lutará para ter de volta Bebbanburg mas está sem homens, sem recursos e sem dinheiro. Na verdade, está muito pobre. Só que um dever lhe vai chamar para honrar suas palavras e manter a dignidade que sempre prezou. É este dever que lhe manterá na jornada por Wessex e pela Inglaterra.

Minha Opinião

Na minha última resenha do quinto volume das Crônicas Saxônicas mencionei a alta expectativa que tanto Bernard Cornwell quanto a própria história em si deixa em relação a maior participação do protagonismo feminino. Foram 5 livros em que personagens mulheres ficaram em segundo plano.

Sabemos que esta série é um retrato da realidade que foi na Britânia do século IX e X. Mesmo assim, até Bernard se comprometeu, nas notas históricas, que a participação de uma personagem específica iria ajudar a construir o rumo da história. De fato ela interferiu, porém não da forma como esperei. Na verdade, esta participação feminina deixou a desejar e manteve os mesmos protagonistas em primeiro plano.

“Era Yule de 898 e alguém estava tentando me matar.
Em vez disso eu iria matá-los.”

Isto não fez diminuir a qualidade da história, claro. Mas acredito ser um ponto relevante, já que mesmo que tratemos de um período conturbado da história onde as mulheres não tinham vez nem voz, criar uma personagem feminina que dê importância pode sim ser um ponto positivo e não afetaria a mensagem principal que o autor quer trazer ao abordar a formação da Britânia dos dias de hoje: a barbaridade e as guerras. Mas isso não quer dizer que houve uma má construção das personagens femininas. Mas mais uma vez elas se mantiveram em segundo plano.

Mesmo assim, não consigo desgostar desta série. E além disto o sexto volume se provou o melhor de todos até agora. Foi aqui que de fato me imergi na história completamente e as páginas voavam enquanto eu lia. As batalhas e os conflitos se tornaram muito mais interessantes de acompanhar. E apesar de que o autor tenha de fato usado aquela mesma repetição de estrutura da história ao ter um grande conflito para fechar a história, eu acho que este modelo foi melhor introduzido comparando com os demais.

“[…] Nunca tentei ser bom, mas não creio que seja mau. Sou apenas eu, Uhtred de Bebbanburg.”

Além disso, temos também muitos conflitos políticos, jogando entre interesses pessoais e traições. Esse tema é um dos melhores que tem para qualquer livro de ficção histórica e fantasia. Há também elementos novos como a temática de bruxaria que é melhor abordada neste volume. Com isto, creio que a série só melhorou e abriu caminho para uma continuação ainda mais épica.

​MORTE DOS REIS: AS CRÔNICAS SAXÔNICAS (VOL. 6)

Autor: Bernard Cornwell

Tradução: Alves Calado

Editora: Record

Ano de publicação: 2014

Do autor de As crônicas de Artur, Morte dos reis é o sexto volume de Crônicas Saxônicas, saga de Bernard Cornwell que inspirou a série da Netflix The last kingdom. O amado rei Alfredo está em seu leito de morte. Vendo os dias do soberano se aproximarem do fim, a nobreza saxônica está inquieta: o herdeiro ao trono, príncipe Eduardo, não possui a mesma popularidade do pai, e seus inimigos são numerosos. Essa situação dá início a um momento de tensão e incertezas no reino, além de abrir as portas para eventuais traições. Uhtred, braço direito do rei, assume para si a responsabilidade de manter o país em ordem enquanto os problemas a respeito da sucessão não se resolvem, mas não é só com os traiçoeiros inimigos do reino e com os vikings que ele deve se preocupar. Sua relação cada vez mais intensa com a filha de Alfredo, Aethelflaed, o consome cada vez mais, apesar da proibição desse amor. E é preciso estar preparado, pois as rivalidades e intrigas de poder parecem estar caminhando para um desfecho sangrento. Enquanto candidatos à coroa surgem a todo momento, os vikings, antigos adversários dos saxões, se preparam para aproveitar a instabilidade em Wessex e atacar o reino rival. Mas Alfredo fará de tudo para garantir que a paz que instaurou em seu território perdure após sua morte. Para isso, ele conta com Uhtred, guerreiro saxão que o serve há anos. A relação de desconfiança e ao mesmo tempo admiração estabelecida entre os dois tornou-se ainda mais complexa depois de tantos anos de batalhas e discordâncias pessoais. É vontade do rei que Uhtred jure lealdade a seu filho Eduardo, mas o guerreiro tem outros planos: expulsar definitivamente a ameaça viking da Britânia. Sua obstinação o levará a confrontar velhos inimigos e a ressuscitar antigas rivalidades. Porém cada passo em seu caminho parece esconder uma cilada. Devido ao grande sucesso e precioso teor histórico, a saga Crônicas Saxônicas deu origem a série televisiva The Last Kingdom, que teve sua estreia em 2015 pela BBC. Já a segunda temporada foi coproduzida pela Netflix que, a partir daí, começou a também transmitir a série via streaming. Na produção podemos acompanhar as aventuras do protagonista Uhtred em busca da sua identidade nesta grande guerra.

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