Inspirado em um webtoon de mesmo nome, Sweet Home é uma série sul-coreana de terror apocalíptico estrelada por Song Kang (Apesar de Tudo, Amor), Lee Do-hyun (A Lição), Park Gyu-young (Tudo Bem Não Ser Normal) entre muitos outros nome conhecidos. Tem segunda temporada confirmada pela Netflix para o fim de 2023, e uma provável terceira parte em 2024.
Cha Hyun-su (Song Kang) é um jovem solitário que acaba de se mudar para um prédio quando um estranho fenômeno começa a transformar pessoas comuns em monstros. Mesmo com os portões fechados os isolando do resto do mundo, os moradores não estão longe do perigo, com andares tomados pelas criaturas peculiares e conflitos pessoais que ameaçam a segurança de todos.
Sweet Home tem todos os elementos esperados de uma história apocalíptica com foco em survival. Felizmente, mesmo com só 10 episódios, a série consegue trabalhar com equilíbrio seus personagens, a ambientação, os conflitos interpessoais e os problemas desse universo tomado por monstros.
Como grande parte das produções sul-coreanas, o primeiro episódio serve como uma introdução detalhada do protagonista e a primeira impressão dos moradores do prédio, suas histórias e mistérios. Mesmo antes dos monstros surgirem, há uma estranheza no ar que gera curiosidade.
Não é uma história extremamente assustadora, do tipo que te faz tapar os olhos e abaixar o volume; tem suas partes tensas, no entanto: encontros inesperados com monstros, fugas arriscadas e disputas de poder entre os sobrevivente.
As criaturas, o elemento mais óbvio de terror, são bizarras, com suas habilidades especificas, aparências perturbadoras e origem secreta – dentre tantas variedades, ao menos uma deve arrepiar o espectador. Mesmo entendendo a intensão da trama de destacar os horrores humanos e a dificuldade dos efeitos especiais, ainda gostaria que houvessem mais monstros grotescos para energizar as cenas, não só aparecendo de forma conveniente para atrapalhar os protagonistas.
A ambientação é uma das maiores razões de Sweet Home ser tão cativante: o prédio decadente onde todos estão confinados, com diferentes monstros em cada andar, desperta a curiosidade do espectador e faz surgir aquele pensamento de “o que eu faria nessa situação?”, uma prova de uma história envolvente. A trilha sonora também expressa perfeitamente a atmosfera da série, com melodias inesperadas e que intensificam a cenas.
Nesse tipo de locação somos apresentados a um conjunto de personagens diversos, que mesmo na calmaria do inicio já dão indicio de serem mais do que parecem. De jovens em luto, adultos arrogantes, idosos habilidosos, até pessoas que escondem outras amarradas atrás de portas trancadas, a série traz um mix conveniente, mas intrigante de personalidades e histórias que se interlaçam muito bem com o conflito principal. A situação complicada fortalece laços, mas também intensifica o pior de cada um a favor da sobrevivência.
Nem todos são aprofundados, mas são caricatos o suficiente para te fazer torcer por sua segurança – ou ao menos, reconhece-los com certa facilidade.
Cha Hyun-su é um protagonista simpático e com uma falta de vontade de viver disfarçada de heroísmo que faz com que torcemos ainda mais para ele ter alguma paz. Apesar de ser o que mais se aventura, há personagens mais energéticos e memoráveis em termos de personalidade, como por exemplo Lee Eun-hyeok (Lee Do-hyun), o jovem aparentemente frio e estrategista, que mesmo mal saindo do primeiro andar é um dos maiores destaques da série.
Com personagens interessantes, ação, mistérios e uma ambientação claustrofóbica, Sweet Home é viciante e frenética. Com mais duas temporadas anunciadas, é uma boa recomendação para os que buscam histórias de survival no estilo de All of Us Are Dead, com foco nas relações humanas e uma boa dose de caos.
SWEET HOME
Elenco: Song Kang, Lee Do-hyun, Go Min-si, Lee Si-young, Park Gyu-young, Go Youn-jung
Ano de lançamento: 2020
Quando pessoas comuns começam a se transformar em monstros, o prédio do jovem Hyun-su é fechado para evitar mais problemas. Entretanto, mais do que as criaturas estranhas que rondam os corredores, a tensão entre os humanos pode ser uma grande ameaça a sua segurança.
