O Rio Grande do Sul é um lugar extraordinário. A quase 200 anos atrás nós começamos um movimento de independência, chamada de Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, uma revolta que queria separar o RS do resto do Brasil. Foram 10 anos de luta, não deu em nada. Quase 180 anos depois, demos início a uma série de protestos que depois de Porto Alegre, se levantaram pelo país inteiro. Também não deu em nada.

Agora estamos instaurando uma nova modalidade de demonstrar revolta, sair correndo pelado. Isso provavelmente também não vai dar em nada ou pior, vai dar cadeia.

Eu não sei se você acompanha jornal, então vou explicar. Nos últimos 12 dias, 3 mulheres e uma travesti (que termo feio né?) saíram pra dar uma corridinha pelas ruas de Porto Alegre completamente nuas. Quando aconteceu pela primeira vez, a mídia reportou que era um caso de insanidade e inclusive internou a Dona Peladona pra passar um período numa clínica. Porém, depois de mais três incidentes comecei a pensar que talvez essa  história não tenha nada a ver com loucura.

Como publicitária passei a interpretar essa “coincidência” como um ato ensaiado. Ensaiado para quê, é que é a pergunta de um milhão de reais. Só sei que tem cara de isso ser um teaser de alguma ação preparada por uma ONG ou Grupo de Direitos.

Caso essa minha suspeita se concretize, gostaria de dizer que vocês são seres completamente pirados e corajosos. Pra sair pelada por ai, tem que ter muita falta se vergonha na cara. Não consigo imaginar outra razão pra esse surto de gente pelada estar acontecendo agora e aleatoriamente. Só sei que to achando lindo.

Conversando com o pessoal chegamos a conclusão de que o posicionamento da sociedade e provavelmente da polícia seria diferente caso fossem homens e não mulheres. O primeiro indício disso é que a travesti não está sendo contabilizada junto com as outras mulheres, sendo o “incidente” deixado completamente de lado. A mulherada daqui, que não está saindo correndo nua está começando a reclamar, pois está achando injusto somente mulheres darem o ar da graça.

O engraçado ou trágico é ir ler os comentários das reportagens, onde os homens elogiam o corpo das peladonas ou esculacham (vocês conhecem essa palavra?) e as mulheres somente esculacham. Peraí pessoal. Não é assim que a coisa tem que ser. Que tal comentários construtivos? Noops.

Enfim, não vou entrar em mais méritos da questão, só queria registrar minhas impressões sobre o assunto e compartilhar a música que me vem a cabeça toda vez que uma nova matéria a respeito pipoca na minha timeline ou no meu e-mail.

 

 

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