Esses dias, vendo vídeos aleatórios no YouTube e tentando sempre fugir dos anúncios que os antecedem, algo chamou minha atenção. Era um comercial da Always intitulado #LikeAGirl. Eu costumo pular os anúncios assim que permitido, logo após os cinco primeiros segundos. Mas como boa publicitária, os bons sempre acabam sendo notados.
No comercial em questão temos um estúdio e algumas mulheres adultas. A diretora do set pede a elas para representar ações “como uma menina” (like a girl). De forma boba e desastrada, as garotas adultas encenam as situações de correr, lutar e jogar; bem como homens adultos e alguns garotos. A seguir entram jovens meninas, crianças e a elas é solicitado a mesma coisa. E as diferenças são notáveis.
Com o propósito de mostrar como o mundo ainda enxerga as mulheres de forma mais fraca, o comercial é cativante. Ao assistir nos damos por conta que não são somente os homens que sustentam esse pensamento, mas que muito disso parte de nós mesmas, por aceitarmos a situação e seguir cometendo os mesmos erros.
Fazendo parte da profissão e me envergonhando toda vez que vejo algo ridículo sendo veiculado, também me orgulho quando vejo marcas engajadas em algo positivo e útil. E a Always, nome instantaneamente ligado ao público feminino, cumpriu o seu papel.
Todo mundo sabe e está cansado de saber, mas aparentemente isso não é suficiente. Dizer coisas desse tipo para crianças é sempre algo negativo e que influencia sim na auto estima e no bem estar delas. Alias, não só de crianças, adultos também. Mulheres adultas que seguem sofrendo com as piadinhas. E homens. Porque choram e são sensíveis.
Acho que está na hora do bom senso superar a vontade de fazer graça. Talvez o ditado popular “perco o amigo, mas não perco a piada” deva ser repensado.