Misery é uma obra de ficção de 1987, do escritor Stephen King. Publicado no Brasil em 2014 pela editora Suma.

SOBRE O LIVRO

Paul Sheldon é um escritor famoso que acabou de terminar mais um livro. Ele está deixando o quarto de hotel onde se isolou durante as últimas semanas pra concluir o manuscrito quando sofre um grave acidente de carro. Ele é, então, retirado das ferragens e resgatado por Annie Wilkies, uma enfermeira. Antes de mais nada, ela se apresenta como “sua maior fã”. E o que começa um pouco estranho para Paul Sheldon acaba se tornando seu maior pesadelo.

Ao invés de levá-lo para um hospital, Annie planeja algo diferente para seu escritor favorito. Ela o leva para casa, uma fazenda isolada do resto da vizinhança, e o mantém aprisionado até que ele realize seu maior desejo: concluir uma série de livros chamada Misery. O problema é que para o autor, a série já estava concluída, mas não para sua carcereira. Enquanto ela oscila entre cuidados médicos e ataques de loucura, Paul se vê obrigado a atender seus pedidos, entender a mente doentia de Annie e tentar sobreviver.

“Jamais contaria aquilo pra ninguém – se conseguisse escapar um dia – e achou que talvez tentasse até mentir sobre aquilo para si mesmo, embora soubesse que jamais conseguiria. Ainda assim, arrasado ou não (e ele estava arrasado), ele ainda queria viver.”

Por causa do acidente, ele ficou preso a uma cama, sem condições físicas de enfrentar a forte e instável enfermeira e sem saber onde está, ao mesmo tempo em que luta consigo mesmo. Paul é um escritor que fez sucesso por causa de Misery, uma personagem de seus livros mais famosos, mas tinha se cansado da série e planejado escrever coisas diferentes. Prisioneiro de Annie Wilkies, ele é atormentado pela dor constante, pelo medo, pelos pensamentos, memórias e a dúvida: eu vou conseguir sair daqui?


MINHA OPINIÃO

Preciso fazer uma confissão! O que mais me interessou em Misery foi a sinopse. Uma leitora obcecada por uma série de livros de seu autor favorito, ansiosa pelo desfecho da história. Você, como eu, que é leitor das Crônicas de Gelo e Fogo, já teve vontade de aprisionar George R. R. Martin e forçá-lo a terminar o sexto livro? Tamo junto! Brincadeirinha!

Depois desse primeiro pensamento admito que me envolvi na história sem pensar mais em Game of Thrones, e esse é um mérito todo de Stephen King. De todas as qualidades como escritor, a que mais salta aos meus olhos é a capacidade que ele tem de construir o imaginário, a engrenagem da mente. Em todo momento Paul Sheldon pensa, imagina, planeja, constrói ideias, fala consigo mesmo, sofre antecipadamente. Alguma semelhança com a nossa cabeça? Ele é desbocado, irônico, sarcástico e até bem humorado, considerando as circunstâncias. Um dos aspectos que gostei bastante foi o fato de ele ser escritor e aproveitar seus momentos de raiva pra dar pequenas “lições” de escrita.

“É bom ter algum talento se você quer ser escritor, mas o único requerimento real é a habilidade de lembrar da história de cada cicatriz. Arte é a persistência da memória.”

Não tinha lido nada do Stephen King até Misery e precisei me adaptar ao estilo do escritor, justamente porque ele mistura a realidade com a mente do personagem, as duas trabalhando paralelamente. Mas não atrapalha nem confunde, se complementa. E não demora muito para o leitor entender onde está se metendo. O livro já começa com Paul Sheldon entre sons, imaginação, dor e dúvida: tudo aquilo está mesmo acontecendo ou é fruto da mente criativa dele? As memórias também voltam todo tempo. É como estar dentro da cabeça de uma criança hiperativa. Foi como eu me senti. E o que falar de Annie Wilkies? Para o leitor de pavio curto, ela é um prato cheio.

“Pela primeira vez o pensamento emergiu na mente de Paul Sheldon: Eu estou encrencado. Essa mulher não bate bem.”

Misery não entrou pra minha lista de livros favoritos da vida mas foi uma leitura bem prazerosa. Não chega a ser terror, mas a sensação é de suspense durante todo o tempo. Você nunca sabe quando alguma coisa importante vai realmente acontecer, e quando acontece, ela leva todo seu fôlego embora. É como estar com os músculos constantemente contraídos pela expectativa da frase seguinte, você só percebe que não relaxou um minuto sequer quando fecha o livro e sente o corpo dolorido.

Apesar das chances dessa sinopse realmente acontecer na vida real serem pequenas, o livro é bem verossímil. Depois de duvidar que determinada situação esteja realmente acontecendo com os personagens, o autor te mostra que sim, é possível. E a própria diagramação ajudou a deixar tudo mais real. É que a velha máquina de escrever usada por Paul, tem teclas quebradas e, no livro que lemos, essas letras foram escritas a mão. Uma experiência de leitura um tanto divertida!

MISERY

Autor: Stephen King

Editora: Suma de Letras

Ano de publicação: 2014

Paul Sheldon descobriu três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após emergir da nuvem escura. A primeira foi que Annie Wilkes tinha bastante analgésico. A segunda, que ela era viciada em analgésicos. A terceira foi que Annie Wilkes era perigosamente louca. Paul Sheldon é um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar, apesar da forte nevasca. Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que surge em seu caminho.
A simpática senhora é também uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Ferido e debilitado, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria vida e, talvez, escapar deste pesadelo.

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