Escrito pelo eterno autor francês Alexandre Dumas, Os Três Mosqueteiros é o primeiro livro de uma série de 3 continuações com edição ilustrada e comentada no Brasil pela editora Zahar em 2010.

Sobre o Livro

Em um cenário conflitante entre a França e a Inglaterra, acompanharemos três mosqueteiros à serviço do rei Luís XVIII e do capitão dos mosqueteiros, Sr. de Tréville. Athos, Porthos e Aramis. Um trio de amigos inesquecíveis com personalidades distintas vão fazer de tudo para manterem sua honra como fidalgos e mosqueteiros do rei.

Enquanto isso, um jovem adulto e ambicioso, d’Artagnan, se encontrará com o Sr. de Tréville com uma carta de recomendação na mão escrita por seu pai, um ex-mosqueteiro do rei, e montado cavalo como transporte. Seus anseios para se tornar um mosqueteiro são muito grandes porém obstáculos vão aparecendo em seu caminho e um odioso e humorado encontro fará com que d’Artagnan se una ao trio de amigos.

[…] Porthos estendeu a mão e os quatro amigos repetiram, em uníssono, a fórmula ditada por d’Artagnan: ‘Um por todos, e todos por um’.”

Ao mesmo tempo, personagens que se voltam como vilões para o rei e para a história irão ameaçar e interferir na vida dos três mosqueteiros e de d’Artagnan, trazendo um romance novelesco de amor e traição, ódio e união. A misteriosa Milady, a principal figura feminina ao lado do cabeça dos conflitos com a coroa, o cardeal Richelieu, tornarão as coisas mais difíceis para os quatro aventureiros fervendo ainda mais as intrigas políticas dos dois países.


Minha Opinião

Consagrada como a obra mais importante de Alexandre Dumas originalmente publicada em 1844 em formato de folhetim, Os Três Mosqueteiros tem participação especial na composição da literatura mundial. Em um romance de capa e espada em que mistura de forma ritmada aventura, romance, ação e um toque de humor, é vivido em um século XVII conturbado e conflituoso entre França e Inglaterra com suas questões religiosas e culturais.

Como um verdadeiro amante das narrativas envolventes de Dumas a exemplo do volumoso livro O Conde de Monte Cristo, minhas expectativas com Os Três Mosqueteiros eram gigantescas. Após os primeiros capítulos, somos apresentados com uma narração fortemente descritiva dos personagens, um elemento até então não tão presente em suas obras. Com a desenvoltura da história, os acontecimentos se tornam rápidos demais, cheios de diálogos e intrigas acrescentando um detalhe até então não tão falado na época: embates psicológicos. Isso ajudou muito a ler até o fim esta enriquecida história.

– Pó, ao pó retorno. A vida é um poço de humilhações e dores. […] Todos os fios que prendem à felicidade rompem-se um depois do outro na mão do homem, sobretudo os fios de ouro. […] O silêncio é a última alegria dos desgraçados.”

Com ausência de personagens femininas (com exceção da Milady que se mostra um tanto autônoma) e uma atitude visível e casual para a época pelo desejo de manter a honra, cometer vingança, matar e de proteger os status de fidalgo, se tornaram elementos que me acompanharam na leitura e me incomodaram fortemente.

As cenas de assassinato e de vingança são recursos muito presentes nas obras de Dumas, porém, mesmo relevando as problemáticas de seu século, o escritor deixou muito evidente uma sociedade que preza pela justiça derramada com sangue e pelo protagonismo masculino na sociedade como um todo.

Somando essas problemáticas, a história não me cativou como pensava. Na verdade se tornou um tanto conturbado em uma mistura de satisfação e angústia. Os personagens que mais trouxeram sucesso e se eternizaram na literatura, Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan, não me cativaram tanto como a misteriosa Milady. Os quatro personagens possuem características únicas que retocam o humor na história através de seus diálogos. Athos é o mais velho e maduro dos quatro; Porthos o mais charmoso e tonto; Aramis um estudioso focado em teologia; e d’Artagnan quer se encaixar como mosqueteiro mas vive em um dilema de ser um guarda. Une-se a isso o amor e a paixão que cada personagem adquire no meio do caminho com as poucas personagens femininas da história.

O livro ficou cansativo até sua metade. Logo depois, com a chegada da Milady me incentivou a querer saber mais detalhes sobre ela e ao mesmo tempo, descobria mais e mais segredos de diversos personagens. Mas apesar de suas problemáticas, foi uma experiência extraordinária poder conhecer uma história tão enraizada na literatura em uma narração gostosa e direta e a complexidade de que este romance nos trás até hoje: desde a construção de sua história até sua mensagem.

– Eu, passando mal, eu? Eu! Me toma por uma mulherzinha qualquer? Quando me insultam, eu não passo mal, eu me vingo, está ouvindo?”

Apesar das expectativas não serem alcançadas, Os Três Mosqueteiros é um daqueles livros que devem ser lidos mais de uma vez para poder absorver ainda mais os detalhes que ficaram de fora. É uma grandiosa obra para quem curte história e os clássicos de aventura da época como os de Júlio Verne ou até as aventuras humoradas em Dom Quixote De La Mancha. Esta edição de Os Três Mosqueteiros é acompanhada com detalhadas notas de rodapé para introduzir o leitor ao momento histórico que se passa o livro, uma apresentação da obra e mais de cem ilustrações originais da obra.

Dedicado a ser uma bibliografia do rei Luís XVIII, logo se tornou um grande romance histórico com as principais figuras políticas que montaram um dos conflitos palco da história: O Cerco de La Rochelle. Em uma narrativa de ficção com aulas de história, Alexandre Dumas enriqueceu ainda mais suas páginas finalizando a jornada dos três mosqueteiros em três continuações; Vinte Anos Depois, o segundo livro, e O Visconde de Bragelonne, terceiro e último.

OS TRÊS MOSQUETEIROS

Autor: Alexandre Dumas

Tradução: André Telles e Rodrigo Lacerda

Editora: Zahar

Ano de publicação: 2010

Desde que apareceu como folhetim, em 1844, a história de Os três mosqueteiros já passou por mil e uma adaptações. Ao longo dos anos, as aventuras de Athos, Porthos, Aramis e d’Artagnan penetraram no imaginário coletivo da humanidade, fazendo esse romance de capa e espada ganhar o status de verdadeiro mito cultural.

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