Queda de Gigantes é o primeiro livro da trilogia O Século do autor inglês Ken Follett lançado no Brasil pela editora Arqueiro em 2010.

Sobre o Livro

Com o primeiro livro da trilogia O Século, Ken Follett abre portas para uma história composta em três partes, todas elas envolvidas no conturbado século XX. Em seu primeiro livro, Queda de Gigantes, Ken Follett narra os marcos da Revolução Russa, do voto feminino, da ascensão da classe média trabalhadora e de diversos outros acontecimentos que decorrem durante a Primeira Guerra Mundial. O segundo livro, Inverno do Mundo, o autor constrói sua narrativa para falar dos acontecimentos pós a Grande Depressão e durante a Segunda Guerra Mundial. Por fim, o último livro, Eternidade Por Um Fio, Ken Follett conclui a trilogia com o cenário da Guerra Fria.

[…] O homem era o único animal que matava seus semelhantes aos milhões e que transformava a natureza em um deserto de crateras de arame farpado. Talvez a raça humana acabasse se extinguindo por completo, deixando o mundo para os pássaros e árvores, pensou Walter, apocalíptico. Talvez fosse melhor assim.”

Em Queda de Gigantes, acompanhamos cinco famílias distintas enquanto classe e nacionalidade que se cruzarão conforme a história se entrelaça. Conheceremos a família Williams, classe trabalhadora galês que se dá de tudo para sobreviver; a família Fitzherbert, rica dona de muitas terras no Reino Unido; a família americana Dewar que possui contato direto com a presidência dos Estados Unidos; e por último a família alemã Von Urich conectada a diplomacia e ao Kaiser e a russa Peshkov de origens pobres. Além de um grande número de personagens e de acontecimentos, acompanharemos, também, figuras históricas que marcaram a linha do tempo. Dentre elas: Woodrow Wilson, Winston Churchill, Lênin, Trótski e muitos outros que montam o tabuleiro da Primeira Guerra Mundial.

Esta grande história não só se enriquece com os marcos históricos contidos em segundo plano. Há também muito drama, traição, suspense, romance, e ação nas mais de 900 páginas deste livro.


Minha Opinião

Ken Follett é mundialmente conhecido pelos seus romances históricos com um pano de fundo principal que é a Segunda Guerra Mundial, tendo sucesso notório com O Buraco da Agulha, seu primeiro livro. Ganhou grande destaque também com seus romance se passando na Idade Média, como Os Pilares da Terra, que deste muito tempo vem encantando leitores ao misturar ficção com realidade.

O inglês nunca me deixou de surpreender com a riqueza de seus detalhes históricos e de seus inúmeros personagens. Há uma diversidade muito grande. Eles variam desde personagens machistas, preconceituosos, desonestos e gananciosos, à personagens feministas, liberais, bondosos, honestos e admiráveis. A diversidade é tão grande que é impossível de haver um leitor que não se agarre a um deles. No meu caso, dou destaque a família Williams, principalmente Billy, um dos mineradores galeses, que possui uma personalidade crescente conforme o mundo em guerra o atinge. Follett inclui também detalhes importantes como a ilusão de um dos personagens à ascendente economia americana.

Nos Estados Unidos seria diferente. Tudo lá seria diferente. Os latifundiários norte-americanos não podiam enforcar seus trabalhadores. A polícia norte-americana era obrigada a julgar as pessoas antes de puni-las. O governo não podia sequer prender socialistas. Não havia nobres: todos lá eram iguais, até mesmo os judeus.”

O autor também me surpreende em manter com importância e destaque, em suas histórias, personagens mulheres feministas que lutam pelos seus direitos e possuem personalidades fortes. Ainda ele, as põe em situações que você diz ”não” e elas fazem, deixando você irritado e com raiva do autor. Isso aconteceu com Ethel, a governanta da família Fitzherbert. Mas no final, tudo se encaixa, como sempre fez. Além disso, o autor sempre coloca também momentos picantes e adultos em suas cenas românticas.

A leitura, como sempre em suas obras, é de forma simples e bem fluída. Porém, não queira pensar que as 910 páginas que este livro possuí, possam ser devoradas em um dia. É de tanto conteúdo histórico que você quer ler apreciando cada detalhe e correr para a internet para pegar ainda mais informações. No final da leitura, assim como eu, com certeza cada leitor terminará sabendo de fatos nunca vistos nas aulas de história, e se vistos, não são lembrados.

– É assim que as nações geram paz e prosperidade, ou então guerra, devastação e fome – dissera-lhe o pai. – Se você quiser mudar o mundo então as relações exteriores são o campo onde mais poderá fazer o bem… ou o mal.”

A narrativa é dividida em capítulos longos, o que cansa um pouco a leitura, e conforme o passar do tempo em ordem cronológica. Isto garante uma boa experiência de leitura pois a expectativa ao chegar a Primeira Guerra Mundial é o que permite o clímax e o fim da guerra, o seu desfecho. Follett deu muita importância, também, nas questões políticas entre nações, como a criação da Liga das Nações e as problemáticas internas do czar na Rússia e do parlamento inglês com o movimento das sufragistas e do Partido Trabalhista.

É um livro que se pode classificar como obra-prima. Mas coisa que me incomoda sempre em alguns livros, é a quantidade excessiva de personagens. Apesar da importância de haver esta quantidade de personagens para poder mover a história, ainda é um problema para alguns leitores. Apesar disto, o livro possui uma lista com todos os personagens da história e a principal característica deles que se encontra nas primeiras páginas. Isso pelo menos assegura um norte para todo leitor que se perde no mar de personagens.

– […] A classe operária é mais numerosa do que a classe dominante, e mais forte. Eles dependem de nós para tudo. Produzimos a comida que eles comem, construímos as casas em que eles moram e fabricamos as roupas que eles vestem. Sem nós, eles morrem. Não podem fazer nada a menos que a gente deixe. Nunca se esqueça disso.”

Por experiência, posso afirmar que Ken Follett tem algumas semelhanças peculiares com George R. R. Martin, em seu jeito de evoluir com as histórias, pela construção dos personagens e pelo público jovem-adulto e adulto que ambos querem atingir. Os dois misturam romance (em algum momento até um pouco picante) com problemáticas sexuais, presença de mulheres fortes e outros personagens que se tornam inesquecíveis em um combo com ficção, suspense, drama e, para a tristeza de todo leitor, um trágico final para alguns na história. E é por meio desta conexão que convido a todos os leitores assíduos de Martin e aos que gostam e amam história e/ou romance histórico que tenham seu primeiro contato com Ken Follett a partir deste livro ou até de outros dele como em O Buraco da Agulha ou Os Pilares da Terra.

Aos fans de Follett, este é mais um livro obrigatório a ser lido. Sigo ansioso pelas continuações, Inverno do Mundo e Eternidade Por Um Fio, para tornar as horas de leitura em aulas de história afim de concluir esta épica trilogia.

QUEDA DE GIGANTES

Autor: Ken Follet

Tradução: Fernanda Abreu

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2010

Cinco famílias, cinco países e cinco destinos marcados por um período dramático da história. Queda de gigantes, o primeiro volume da trilogia “O Século”, do consagrado Ken Follett, começa no despertar do século XX, quando ventos de mudança ameaçam o frágil equilíbrio de forças existente – as potências da Europa estão prestes a entrar em guerra, os trabalhadores não aguentam mais ser explorados pela aristocracia e as mulheres clamam por seus direitos. De maneira brilhante, Follett constrói sua trama entrelaçando as vidas de personagens fictícios e reais, como o rei Jorge V, o Kaiser Guilherme, o presidente Woodrow Wilson, o parlamentar Winston Churchill e os revolucionários Lênin e Trótski. O resultado é uma envolvente lição de história, contada da perspectiva das pessoas comuns, que lutaram nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ajudaram a fazer a Revolução Russa e tornaram real o sonho do sufrágio feminino. Ao descrever a saga de famílias de diferentes origens – uma inglesa, uma galesa, uma russa, uma americana e uma alemã –, o autor apresenta os fatos sob os mais diversos pontos de vista.

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