Atenção!

Este filme trata de assuntos que podem ser perturbadores para determinado público.

Pink é um filme indiano de suspense e drama dirigido por Aniruddha Roy Chowdhury e estreado em 2016.

Protagonizado por Taapsee Pannu, Minal Aurora e suas duas amigas foram vítimas de estupro por um grupo de homens. Como consequência, elas relatam o ocorrido na polícia e a partir daí a realidade de um sistema machista e patriarcal vem à tona na Índia atual.

Na justiça, acabam se tornando culpadas por tentativa de homicídio dos acusados de agressor prejudicando ainda mais a revelação da verdade sobre o que aconteceu numa das piores noites ocorridas na vida dessas três amigas. Como se não bastasse, elas deverão aturar as ameaças feita pelos agressores e isso fará com que as coisas se tornem mais tensas.

Desesperadas desejando que a justiça seja feita e os agressores fossem presos, elas dependerão de uma boa defesa durante o julgamento que cairá nas mãos de Deepak Sehgal (Amitabh Bachchan). Juntos tentarão pôr fim nas injustiças perpetuadas pelo judiciário indiano.

Se esperamos que uma obra artística como um filme ajude a combater um sistema patriarcal, machista e preconceituoso, Pink fez seu trabalho com êxito. Para mim, se tornou uma das importantes obras cinematográficas do mundo, útil para não só apontar falhas drásticas na justiça indiana, como na justiça do mundo inteiro. Este filme permite que os sentimentos de mulheres injustiçadas pela violência física e/ou verbal sejam apresentadas para todos.

Pink não ganha pela sua grandiosa atuação ou por seu orçamento. É um filme relativamente simples que, usando-se de um bom roteiro e de palavras inteligentes, pôde superar grandes filmes que custam muito mais que uma mansão luxuosa. Alguns detalhes até pode nos incomodar como foi o caso da personalidade de Sehgal que até hoje não entendi o por quê de tanta dramatização em cima de um personagem que poderia muito bem ser menos misterioso e mais realista. Mas suas palavras durante o tribunal são uma das mais significativas que qualquer personagem criado no cinema pôde dizer.

Sendo um filme essencial que aborda um dos temas mais importantes a serem discutidos, Pink possui uma característica única que demais filmes que abordam o mesmo tema não carregam: neste filme não há cenas explícitas de violência sexual, o que permite que um público maior possa assistir. O filme ainda ganha mais por ser direto ao se tratar do tema principal, excluindo cenas desnecessárias.

Chega a ser praticamente um filme didático. E além disso Pink não aborda uma temática somente conhecida na Índia. Muito ao contrário, infelizmente é um tema comum a todos nós brasileiros. Se por acaso somos totalmente diferentes culturalmente, nós possuímos um dos poucos elementos semelhantes: a cultura do estupro.

Dividindo-se em duas partes, a primeira parte retrata mais a passagem dos sentimentos desse trio de amigas após serem vítimas de agressão sexual, e ao mesmo tempo, percebemos a pressão que os agressores fazem em não permitirem que a acusação acabe os levando para a justiça. Logo depois a segunda parte (a mais extensa) aborda sobre o processo judicial e é neste ponto em que o filme ganha nossa atenção.

É um dos poucos filmes na minha lista mental que recomendaria sempre para quem desejar uma recomendação. E Pink pôde trazer uma perspectiva mais ampliada e conceitual sobre os principais defeitos que a sociedade indiana carrega consigo. E tudo que pude ver não foi só uma sociedade indiana problemática envolta da cultura do estupro. Vi, também, o Brasil sendo desmascarado pelos próprios indianos. Filmes como este tendem a nos alertar que o nosso mundo não é flores e buquês e sim é um mundo recheado por violência e impunidade. Este filme está disponível para ser assistido na Netflix.

PINK

Diretor: Aniruddha Roy Chowdhury

Elenco: Taapsee Pannu, Kirti Kulhari, Andrea Tariang

Ano de lançamento: 2016

Ela foi agredida sexualmente, mas acaba sendo julgada por tentativa de homicídio do estuprador. É hora de questionar a cultura do estupro na Índia.

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