Anne de Ingleside é o sexto livro da série Anne de Green Gables, escrito pela autora canadense Lucy Maud Montgomery e publicado originalmente em 1939. Uma das suas tantas versões é a da editora Ciranda Cultural, lançada em 2020.

Sobre o Livro

Já se passaram sete anos desde que Anne morou na Casa dos Sonhos. Ela e Gilbert retornam temporariamente a Avonlea para participar do funeral do pai de Gilbert, e Anne aproveita para fazer uma visita a Diana Wright, no qual relembram a juventude e tudo o que viveram.

Eles voltam para casa, uma bela e antiga propriedade chamada “Ingleside”, novo lar agora próprio onde escolheram construir uma família e uma vida, e são saudados pelos cinco filhos: James Matthew (Jem), o filho mais velho de 7 anos; Walter Cuthbert, um menino sensível de 6 anos que ama poesia; as gêmeas Anne (Nan) e Diana (Di) que tem 5 anos e são bem diferentes uma da outra; e finalmente Shirley, um menino de 2 anos. Eles moram com Susan Baker, a empregada que cuida da casa e de toda a família. Mais para frente, nasce ainda a filha mais nova do casal: Bertha Marilla (Rilla).

Querido Gilbert, foi ótimo ser a Anne de Green Gables novamente por uma semana, mas é cem vezes melhor estar de volta a ser a Anne de Ingleside.

Durante o livro, que abrange um período de seis anos, cada um dos filhos de Anne e Gilbert passará por uma série de aventuras por vez, enquanto se envolvem nos mal-entendidos e contratempos da juventude. Isso inclui não apenas receber a visita da desagradável e sensível Mary Maria Blythe, a tia de Gilbert, que tenta impor seus conselhos e vontades; mas também lidar com tantos colegas mentirosos na escola que vão levar as crianças de Ingleside a aprenderem o que é certo e errado com Anne.


Minha Opinião

Este livro acompanha a vida de Anne dos 34 aos 40 anos, vivendo em Ingleside como uma mãe orgulhosa, acompanhando e orientando os seis filhos enquanto eles crescem. Embora Anne ainda tenha bastante destaque na história, ocasionalmente ela também divide o protagonismo do livro com seus filhos, que tem a chance de aparecer mais de uma vez e passam por descobertas, provações e aprendem lições valiosas sobre honestidade.

Me pareceu o início de uma despedida da personagem da Anne. Ela já se tornou uma mulher adulta e responsável, uma mãe muito amorosa, teve sua grande cota de aprendizados durante a vida, e agora está passando o bastão para os filhos, que terão maior destaque daqui pra frente. Quanto às histórias deles, sei que são crianças, mas me pareceu uma grande repetição (pra não falar cópia) da história da própria Anne no primeiro livro, e por isso achei que ficou um pouco cansativo ler sobre isso novamente.

Alegrias e tristezas, esperanças e medos, e mudanças. Sempre as mudanças! Não era possível evitá-las. Precisava permitir que o velho partisse e precisava levar o novo no coração; aprender a amá-lo e logo deixá-lo partir, quando chegasse a vez.

Claramente se vê que Anne passou para os filhos o seu jeito imaginativo e doce de ser. O mais bonito de se ver é como ela e Gilbert, como pais, determinam e moldam a personalidade das crianças. Situações de conflito ou de medo podem ser diminuídas apenas sabendo interpretar os próprios filhos e reagir como o esperado por eles.

Outro aprendizado que o livro passa é como a presença de uma pessoa tóxica pode adoecer um lar saudável. Isso fica evidente quando a tia de Gilbert chega em Ingleside. Atitudes desagradáveis podem desgastar uma relação familiar bonita e harmoniosa, e como é preciso estar atento para esse tipo de comportamento.

Eu já tinha comentado em resenhas anteriores dessa série o quanto ficava chateada por Anne e Diana terem se distanciado uma da outra conforme cresciam, mas gostei muito que no início desse livro elas se reencontraram pra relembrar tudo o que passaram juntas, era como se nada tivesse mudado na amizade delas mesmo depois de tantos anos. Fiquei feliz e satisfeita por esse momento.

Uma pena que este seja o último livro que seja focado na vida de Anne, pois os próximos da série (escritos muitos anos antes desse, fora de ordem) giram em torno dos filhos dela ou de outros personagens, embora ela ainda faça aparições pequenas e ocasionais. Este também foi o último livro escrito pela autora, que faleceu três anos depois, em 1942.

Foi maravilhoso acompanhar essa personagem da Anne crescendo, aprendendo com o mundo e com as pessoas, além de se doar tanto ao transmitir muito amor a todos ao seu redor. Ela mudou a vida daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la, não apenas dos personagens nos livros, mas também dos leitores que foram agraciados pelas histórias da Lucy Maud Montgomery.

ANNE DE INGLESIDE

Autor: Lucy Maud Montgomery

Tradução: Rafael Bonaldi

Editora: Ciranda Cultural

Ano de publicação: 2020

Em Ingleside a vida é bem agitada, mas não há outro lugar em que Anne queira estar. A rotina é cheia de aventuras e descobertas de seus cinco filhos. Agora, com um sexto a caminho, ela não poderia estar mais assoberbada, até que a inconveniente tia Mary Maria chega para uma extensa e inoportuna visita. Gilbert está sempre ocupado com o trabalho e Anne atarefada com os filhos, o que a leva a pensar que o amor que o marido sente por ela esfriou. Mesmo adulta, continua com a mesma essência de quando chegou a Green Gables e está disposta a acender o amor entre ela e Gilbert que existe desde a infância.

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