O Último Reino é o primeiro livro da série Crônicas Saxônicas do inglês Bernard Cornwell. Foi publicado pela Record com reimpressão em 2020.

Sobre o Livro

Fim do século IX e o Reino Unido era um monte de reinos divididos mas sob o mesmo alvo: os vikings. Bernard Cornwell, conhecido pelos seus romances históricos, traça a história de Uhtred, um filho de um dono de terras na Nortúmbria, que foi separado de seu pai devido a invasão dos dinamarqueses. E sendo ainda criança, sua adolescência é afastada dos saxões para viver como um nórdico dinamarquês.

Ao mesmo tempo que Cornwell constrói a história ficcional de Uhtred, acompanhamos personagens reais como rei Alfredo, o Grande, conhecido na história como aquele que iniciou um processo de unificação de uma identidade anglo-saxã: a Inglaterra.

“Eu sou Uhtred, filho de Uhtred, e esta é a história de uma rixa de sangue. É a história de como tomarei de meu inimigo o que a lei diz que é meu. E é a história de uma mulher e de seu pai, um rei.”

Assim, em meio a inúmeras guerras, invasões e barbaridades, a história de conflito entre cristãos e pagãos é cenário para toda esta série de 13 livros. E neste livro iniciaremos a grande jornada de um jovem predestinado a herdar suas terras mas tendo que desafiar inúmeros inimigos ao mesmo tempo que caminha entre os cristãos saxões e os pagãos dinamarqueses.

Minha Opinião

Bernard Cornwell é conhecido mundialmente pela sua série “As Crônicas de Artur” e aqui ele dedica 13 livros para narrar a história da formação da Inglaterra como conhecemos hoje. Este foi meu primeiro livro que li do autor e mesmo não tendo uma boa bagagem de romance históricos, tendo só como referência Ken Follett, eu curti poder conhecer as obras de Cornwell.

A narrativa de Cornwell é muito prazerosa. É daquelas narrativas que te coloca muito bem na história e sabe construir o cenário histórico daquele momento. Todo o livro é narrado por Uhtred o que nos faz necessariamente acompanhar toda sua trajetória.

O primeiro livro desta série começa com ele ainda criança e a partir daí acompanhamos todo o seu crescimento, a sua vivência como saxão, como dinamarquês e todas as guerras, invasões e batalhas que ele passa. Isso sem contar a riqueza histórica que Cornwell traça muito bem no livro.

“[…] Os monges que escrevem as crônicas contam que eles vinham de lugar nenhum, os navios com proas de dragões aparecendo subitamente de um vazio azul, mas raramente era assim. As tripulações vikings podiam atacar inesperadamente, mas as grandes frotas, as frotas de guerra, iam aonde sabiam que já existia encrenca. Encontravam um ferimento existente e o enchiam como vermes.”

Além disso o livro não é grande. Diferente de vários romances históricos desta época que vemos como os do Ken Follett, por exemplo, são grandes. Mas esta série mantêm uma média de 350 páginas por livro e acredito que pelo nível da história e dos fatos, chega ser um tamanho confortável para darmos uma pausa entre um livro e outro da sequência.

E sem contar que este livro é um prato cheio para os amantes da mitologia nórdica. Até por que há tantas referências além do respeito da tradução com nomes originais vikings. O primeiro livro não explica muito a mitologia mas não nos deixa perdido quando é citado nomes dos deuses nórdicos ou referências à mitologia. E eu acho que acabei pegando um gosto em querer aprender mais sobre a mitologia nórdica depois de muito tempo dizendo que não achava nada de interessante saber sobre ela.

Crônicas Saxônicas chegou a ter uma série baseada nela chamada de The Last Kingdown. Está mais que óbvio o sucesso comprovado desta série de Cornwell.

“- Como você sabe? Eu o trouxe, garoto, porque você deve ver uma batalha. Porque nossos homens devem ver quer você está aqui. Mas não vai lutar. Você é como um filhote de cachorro que vê os cães mais velhos matarem o javali, mas não morde. Veja e aprenda, e talvez um dia você seja útil. Mas por enquanto não passa de um filhote.”

O livro apesar de rico e interessantíssimo, não foi um livro cheio de reviravoltas ou de grandes cenas marcantes. Achei bem introdutório, até por que tem mais 12 livros pela frente. As vezes o autor preferiu encurtar cenas que achamos que enrolaria para descrevê-las o que por um lado é bom mas por outro pode soar um pouco corrido. Mas de forma geral, a história é muito bem escrita. E isso me dá mais vontade de continuar a ler a sequência.

Não pude deixar de notar uma grande semelhança entre este livro com os de George R. R. Martin e J. R. R. Tolkien. São histórias que se assemelham muito e vários leitores associam as Crônicas Saxônicas com as Crônicas de Gelo e Fogo. E de fato tem muitos pontos parecidos e é por aí que leitores de Martin ou Tolkien vão gostar desta grande sequência de Cornwell. A única diferença entre eles é que os livros de Bernard trazem um conteúdo histórico que nos faz aprender ainda mais. É por aí que ficções históricas ganham destaque.

O ÚLTIMO REINO: CRÔNICAS SAXÔNICAS (VOL. 1)

Autor: Bernard Cornell

Tradução: Alves Calado

Editora: Record

Ano de publicação: 2020

Do autor de As crônicas de Artur, o primeiro volume da série Crônicas Saxônicas O último reino é o primeiro romance de uma série que conta a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado.Nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX, Uthred é capturado e adotado por um dinamarquês. Nas gélidas planícies do norte, ele aprende o modo de vida viking. No entanto, seu destino está indissoluvelmente ligado a Alfred, rei de Wessex, e às lutas entre ingleses e dinamarqueses e entre cristãos e pagãos.O último reino não se resume a cenas de batalhas bem escritas e reviravoltas cheias de ação e suspense. O livro apresenta os elementos que consagraram Cornwell: história e aventura na dose exata. Uma fábula sobre guerra e heroísmo que encanta do início ao fim.

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